terça-feira, 30 de junho de 2009

"Tenho 25 anos de sangue e de sonho, e de América do Sul"...

Em meio a final de período, saudades de casa, crises e mais crises do modelo capitalista e a sempre constante mobilização para conscientização e mudança social, fica somente angústias... Angústias e esperanças na verdade...
Em meio a esta turbulência, vale uma palavra pra reflexão... Aliás, nem precisa ser uma palavra neste caso, acho que uma foto fala mais que muitos discursos... E neste sentido, vai ai uma foto "pura reflexão"...




Abraços a tod@s!!!

domingo, 28 de junho de 2009

Ode a Reagan...


Boa tarde companheir@s de amor e luta!!! Hoje em meio a um conturbado final de período, assistindo o iniciozim do jogo do Brasil, o Silvio me mostrou um poema lindo do livro Nicarágua, Combate e Profecia de Dom Pedro Casaldáliga. Nossa, eu emocionei ao ler este poema, e achei uma ótima sugestão de leitura...


Ode a Reagen

Comigo te excomungo os poetas, as crianças, os pobres da terra:
ouve-nos!
É preciso pensar humanamente o mundo.

Não banques o nero.
Não estás filmando, mico das telas:
és o mandatário de uma grande nação!
(eu direi a teu povo que para limpar
a merda que tua bota de cow-boy grudou em sua bandeira.
E lhe direi que saiba, quando vota,
que estar vendendo
muito sangue e sua honra).

Tereis embriagado de coca-cola o mundo,
mas resta algum lúcido para dizer-vos não!
O lucro e o poder de vossas armas
não podem atingir maior cotização
do que o pranto febricitante
de um menino de cor.
A raça dos homens já não está para os impérios.

Reagan, escuta:
o sol nasce sol para todos
e o mesmo Deus chove
sobre todas as vidas que chamou a festa. Nenhum povo é maior.
Faz teu quintal em tua casa,
respeita-nos!

Raquel te conhece, Herodes,
e terás de responder por sua desolação.
A estrela de Sandino te espreita na montanha,
e no vulcão desperta um só coração:
como um mar de coragem, a Nicarágua menina
romperá tua agressão.

O sangue dos mártires sustenta nossos braços
e em nossas bocas torna-se cânticos e manancial.
Tu nunca viste a montanha, Reagan,
nem ouviste em seus pássaros a voz dos sem voz.
Tu não sabes de vidas,
nem entendes de coração.

Não nos venhas agora com morais hipócritas,
genocida que abortas todo um povo
e sua Revolução.
A mentira que tentas pregar ao mundo (e ao Papa)
é a droga maior.

Exibis liberdade (com exclusividade)
e cerceias os passos da libertação.
"Os Estados Unidos são potentes e grande..."
All right! "We trut... in god".
Podeis acrditar-vos donos
podes ter tudo,
inclusive deus, teu deus

-o pidolo sangrento de teus dólares
o maquinal Moloch-
mas te falta o Deus de Jesus Cristo
a Humanidade de Deus!
Eu juro pelo sangue de teu Filho,
que outro império matou,
e juro pelo sangue da América-Latina
-prenhe de auroras hoje-
que tu
será o último
(grotesco)
imperador!



Abraços a tod@s!!!

sábado, 27 de junho de 2009

O Jequitinhonha e Irapé...


Bom dia companheir@s de amor e luta!!! Estoy a um tempo sem postar nada no blog, mas é por causa do período final de provas... Até por isto vou postar uma crônica muito boa sobre o Rio Jequitinhonha... Pra variar, vale muito a pena de ler, boa leitura!!!


CRÔNICA DO RIO JEQUITINHONHA E A BARRAGEM IRAPÉ.

Aprendi e vou aprendendo na labuta com o mundo em que vivo , buscando sempre inspiração para compreender às nossas contradições. Contradições que podem nos ajudar a compreender melhor o sentido e as intencionalidades das palavras no seu presente e histórico. Aqui deixo um questionamento para todos/as nós, especialmente os filhos e filhas dessa terra do Vale, com uma crítica destrutiva, isso mesmo, destrutiva
( crítico sugerindo destruição de tal situação e no lugar propondo outra): No texto sobre o Rio Jequitinhonha ,onde se fala " Barragem de Irapé, localizada no município de Leliveldia/MG, com 205 metros de altura, considerada a barragem mais alta do Brasil, e que vai alavancar o progresso do vale”; esse progresso está sendo vergonhoso ! Sou da cidade de Jequitinhonha, durante a noite inúmeras ruas medianamente escuras. Conta de luz do povo pobre em especial, tragédia ! No campo, inúmeras comunidades ainda sem energia, sob luz do século passado. O Rio Jequitinhonha, coitado ! AS belas praias, patrimônio do povo e que vinha embelezando e dando sentido ao turismo e inspiração humana, se foram e se vão,nas imediações"beira rio" da cidade. O porto da balsa, que liga a cidade às comunidades/fazendas/Pedra Azul , só vendo para crê ! A balsa a todo momento, encalhando nas ribanceiras de areia provocadas pelo esvaziamento da barragem Irapé, basicamente entre quintas e sextas feiras das semanas. E agora, como será daqui pra diante, não há ponte, atravessar onde ? Os peixes, ôôô meu santíssimo subjetivo Deus ! O nosso saboroso camarão, lembra ? Não encontram mais locas nas pedras nos sequeiros para se reproduzirem, elas estão soterradas pela areia, do desce desce de todos os dias . Bem que gostaria de comer pelo menos um camarão, será que encontro facilmente ? Encontrei com uma amiga, pescadora, lá de cima , do Poção, disse : "o pêxe tá ficano dific, o vai e vem da água da barrag , suja a água, desentoca os pêxe e a gente vai ficano sem nada" ! Ontem mesmo, uma outra pessoa me disse, um jovem camponês, Emílio, do Assentamento Campo Novo, que fica junto ao rio , admirado falou : " eu sempre desci na beira do rio pra curti as belezas das praias aqui, eram lindas ! Branquinha ! Agora, depois da barragem de Irapé, é só lama e mato ". Caro companheiro e companheira, povo brasileiro, cidadão ou camponês, Eu não queria continuar falando desse "progresso", dessas contradições que navegam à séculos nessa região do Vale, por modelos de desenvolvimento americanizado/ocidental/europeu. Infelizmente, sinto na condição de externar meu sentimento como filho da terra. Mas finalizando : "prá não dizer que não falei das flores...", pelo menos, dona CEMIG e seus amigos/as internacionais, governador, etc, que falam de "progresso" para o povo do Vale,examinem os milhões de caramujos que estão no percurso da bacia do Rio Jequitinhonha, apavorando milhares de pessoas que ainda frequentam nosso rio. Antes da barragem caríssimo, "progresso", pouco ou nada se via desses caramujos nojentos, que poderá trazer mais "progresso" cistomosiados para o nosso povo do Vale! Plantem flores, no lugar dos caramujos e retrocessos ambientais e humanos que essa barragem promove. Plantem flores,"para e com" o povo e não “para” ! Pois o Povo do Vale, ainda Vale ! Sejam menos contraditórios !

GLOBALIZEMOS A LUTA, GLOBALIZEMOS A ESPERANÇA !

Decanor é de Jequitinhonha,
Pegagogo da Terra, militante da Cáritas no Baixo Vale , Fórum de Desenvolvimento das Entidades do Vale e ASA-MG.

sábado, 13 de junho de 2009

Sobre Política e Jardinagem... Rubem Alves


De todas as vocações, a política é a mais nobre. Vocação, do latim vocare, quer dizer chamado. Vocação é um chamado interior de amor: chamado de amor por um ‘fazer’. No lugar desse ‘fazer’ o vocacionado quer ‘fazer amor’ com o mundo. Psicologia de amante: faria, mesmo que não ganhasse nada.

‘Política’ vem de polis, cidade. A cidade era, para os gregos, um espaço seguro, ordenado e manso, onde os homens podiam se dedicar à busca da felicidade. O político seria aquele que cuidaria desse espaço. A vocação política, assim, estaria a serviço da felicidade dos moradores da cidade.
Talvez por terem sido nômades no deserto, os hebreus não sonhavam com cidades: sonhavam com jardins. Quem mora no deserto sonha com oases. Deus não criou uma cidade. Ele criou um jardim. Se perguntássemos a um profeta hebreu ‘o que é política?’, ele nos responderia, ‘a arte da jardinagem aplicada às coisas públicas’.

O político por vocação é um apaixonado pelo grande jardim para todos. Seu amor é tão grande que ele abre mão do pequeno jardim que ele poderia plantar para si mesmo. De que vale um pequeno jardim se à sua volta está o deserto? É preciso que o deserto inteiro se transforme em jardim.

Amo a minha vocação, que é escrever. Literatura é uma vocação bela e fraca. O escritor tem amor mas não tem poder. Mas o político tem. Um político por vocação é um poeta forte: ele tem o poder de transformar poemas sobre jardins em jardins de verdade. A vocação política é transformar sonhos em realidade. É uma vocação tão feliz que Platão sugeriu que os políticos não precisam possuir nada: bastar-lhes-ia o grande jardim para todos. Seria indigno que o jardineiro tivesse um espaço privilegiado, melhor e diferente do espaço ocupado por todos. Conheci e conheço muitos políticos por vocação. Sua vida foi e continua a ser um motivo de esperança.

Vocação é diferente de profissão. Na vocação a pessoa encontra a felicidade na própria ação. Na profissão o prazer se encontra não na ação. O prazer está no ganho que dela se deriva. O homem movido pela vocação é um amante. Faz amor com a amada pela alegria de fazer amor. O profissional não ama a mulher. Ele ama o dinheiro que recebe dela. É um gigolô.

Todas as vocações podem ser transformadas em profissões O jardineiro por vocação ama o jardim de todos. O jardineiro por profissão usa o jardim de todos para construir seu jardim privado, ainda que, para que isso aconteça, ao seu redor aumente o deserto e o sofrimento.

Assim é a política. São muitos os políticos profissionais. Posso, então, enunciar minha segunda tese: de todas as profissões, a profissão política é a mais vil. O que explica o desencanto total do povo, em relação à política. Guimarães Rosa, perguntado por Günter Lorenz se ele se considerava político, respondeu: ‘Eu jamais poderia ser político com toda essa charlatanice da realidade... Ao contrário dos ‘legítimos’ políticos, acredito no homem e lhe desejo um futuro. O político pensa apenas em minutos. Sou escritor e penso em eternidades. Eu penso na ressurreição do homem.’ Quem pensa em minutos não tem paciência para plantar árvores. Uma árvore leva muitos anos para crescer. É mais lucrativo cortá-las.

Nosso futuro depende dessa luta entre políticos por vocação e políticos por profissão. O triste é que muitos que sentem o chamado da política não têm coragem de atendê-lo, por medo da vergonha de serem confundidos com gigolôs e de terem de conviver com gigolôs.

Escrevo para vocês, jovens, para seduzi-los à vocação política. Talvez haja jardineiros adormecidos dentro de vocês. A escuta da vocação é difícil, porque ela é perturbada pela gritaria das escolhas esperadas, normais, medicina, engenharia, computação, direito, ciência. Todas elas, legítimas, se forem vocação.

todas elas afunilantes: vão colocá-los num pequeno canto do jardim, muito distante do lugar onde o destino do jardim é decidido. Não seria muito mais fascinante participar dos destinos do jardim?

Acabamos de celebrar os 500 anos do descobrimento do Brasil. Os descobridores, ao chegar, não encontraram um jardim. Encontraram uma selva. Selva não é jardim. Selvas são cruéis e insensíveis, indiferentes ao sofrimento e à morte. Uma selva é uma parte da natureza ainda não tocada pela mão do homem. Aquela selva poderia ter sido transformada num jardim. Não foi. Os que sobre ela agiram não eram jardineiros. Eram lenhadores e madeireiros. E foi assim que a selva, que poderia ter se tornado jardim para a felicidade de todos, foi sendo transformada em desertos salpicados de luxuriantes jardins privados onde uns poucos encontram vida e prazer.

Há descobrimentos de origens. Mais belos são os descobrimentos de destinos. Talvez, então, se os políticos por vocação se apossarem do jardim, poderemos começar a traçar um novo destino. Então, ao invés de desertos e jardins privados, teremos um grande jardim para todos, obra de homens que tiveram o amor e a paciência de plantar árvores à cuja sombra nunca se assentariam.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Movimentos Sociais X Movimentos Reacionários...

Dá pra se ver como os movimentos populares hoje são atacados na grande mídia, seja ela 'global' ou não... Em tempos de crises, com os magos da economia não sabendo quais rumos tomar, os movimentos sociais vem trazendo um projeto pra combater a crise e este modelo capitalista...

E como não somente usar a força contra estes movimentos não está sendo suficiente, intensificou o ataque ideológico contra eles. Os movimentos que representam o povo conseguem ter uma perspectiva de como lidar com esta crise e traz uma perspectiva coerente e sustentável, só que vai de frente ao modo de vida imposto pela burguesia que hoje nos governa... Mostram que somente não usar um copo descartável e "se lixar" para as monoculturas não resolverá muito, vem mostrando que devemos mudar de hábitos cotidianos mas também re-pensarmos como estão mandando e comandando nossas vidas, desde impor fetiches de compra até ao que devemos (e como) plantar. E como reforçam isto: colocam na televisão, tanto nos jornais, novelinhas e comerciais que os trabalhadores dos MST e do Movimento Estudantil, por exemplo, são um bando de desocupado...

Sei lá, escrevi mesmo mais como reflexão... Tá muito urgente a maneira de como devemos encarar nossas vidas e de nossos companheiros, e eu acredito que somente com os movimentos sociais - MST, MAB, Movimento Estudantil, ... - podem nos dar esta perspectiva conjunta. Pelo menos assim eu consigo visualizar isto e foi como consegui presenciar como pode ser palpável esta realidade...

Abraços a tod@s!!!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Emocionante...

Não tem como não se emocionar ouvindo esta música de Violeta Parra... Violeta Parra pode ser considerada a mãe da canção comprometida com a luta dos oprimidos e explorados, tendo sido autora de conções como "Volver a los 17". Outra de suas canções, "La Carta", cantada em momentos de enorme comoção revolucionária, nas barricadas e nas ocupações, tem entre os seus versos o que diz " Os famintos pedem pão; chumbo lhes dá a polícia". Mas suas canções não apenas são marcadas por versos demolidores contra toda a injustiça social. O lirismo dos versos de canções como "Gracias a la vida" embalou o ânimo de gerações de revolucionários latino-americanos em momentos em que a vida era questionada nos seus limites, assim como a letra comovedora de "Rin de Angelito", quando descreve a morte de um bebê pobre: " No seu bercinho de terra um sino vai te embalar, enquanto a chuva te limpará a carinha na manhã".





Abraços a tod@s!!!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Muros...

Olá companheir@s de amor e luta... Nesta noite fria e acolhedora de segunda a noite, vai um ótimo texto que o companheiro Cabelo da UFV fez falando e refletindo sobre os muros... Muuito bom mesmo, vale dmais ler...



MUROS NÃO CAEM SOZINHOS
Lucas Ribeiro Prado


Quando caiu o muro de Berlim, mais uma vez se ergueu o capitalismo bradando a liberdade como sua palavra de ordem. Da mesma forma, que o fez quando cortou a cabeça da monarquia francesa, se libertando do parasitismo feudal e quebrando todos os muros que impediam a aplicação de sua riqueza acumulada durante o mercantilismo numa nova forma de exploração, que prometia liberdade e justiça, e que conhecemos hoje como capitalismo.


Muito bem, hoje nós continuamos trabalhando e sendo explorados, e a mando de nossos senhores-patrõ es levantamos muros maiores que aquele de Berlim. Muros ainda mais ideológicos que aquele que caiu como símbolo da derrota comunista. Afinal, os muros que levantam
os hoje, explicitam a insuficiência do capitalismo para organizar a vida humana.
Na lógica desse sistema até os muros são transformados em mercadorias e lucro para enriquecer as grandes empreiteiras transnacionais. Se erguem muros de segregação social, enquanto o povo não tem onde morar, mas a especulação imobiliária nas grandes cidades lucra milhões com prédios abandonados.


Em meio à crise mundial instalada, a construção de muros tornou-se mais uma saída das elites, para restabelecerem sua taxa de lucro, através do
aumento da exploração e da criminalização da pobreza. Tornando ainda mais difícil e desumana a vida dos trabalhadores e trabalhadoras.
Enquanto isso tem muito governante em cima do muro, fortalecendo gratuitamente as elites com uma mão e emprestando favores ao povo com a outra em troca do voto. A “democracia” se torna um muro cada vez mais alto, e os governantes ficam distantes da realidade do povo. O Estado se mostra como um muro a serviço das elites e é do lado pobre que eles soltam o aparato policial repressor.


No lugar do muro de Berlim que dividia ricos e pobres no poder, hoje os muros continuam dividindo ricos e pobres, mas ricos no poder e pobres sem nada. Como é o caso do muro de Gaza, do muro na fronteira do México, dos muros nas favelas do Rio de Janeiro. Verdadeiros muros políticos!


Os muros não são para proteger ninguém, pois somos nós que precisamos ser protegidos e não eles. Os muros servem para deixar claro que existe um poder e o povo deve ser mantido longe dele. Só teremos chances de vencer, se nos organizarmos enquanto classe, derrubando todos os muros que este sistema ergueu contra nós, fazendo cair os governantes hipócritas que se omitem em cima deles, e libertando de uma vez o povo trabalhador, que com seu trabalho explorado e alienado construiu não apenas muros, mas tudo que consumimos.


O muro de Berlim não fomos nós que mandamos levantar, nem nós que o derrubamos. Foi levantado pelo medo da burguesia, que só teme o povo no poder, pois o povo na miséria ela só faz esmagar e criminalizar. Foi derrubado pela ideologia burguesa dominante no ímpeto de se auto-afirmar como única alternativa da humanidade. Foi derrubado por promessas não cumpridas de redução da pobreza, de paz e de justiça.


Os patrões estão construindo seus próprios paredões, onde serão julgados pela justiça do povo e antes que eles destruam seus próprios muros com suas guerras imperialistas, nós o faremos com nossa luta consciente, para no seu lugar, construirmos com trabalho emancipado e o povo no poder, casas dignas onde possamos morar, viver e sermos livres.




Abraços a tod@s!!!