quarta-feira, 29 de abril de 2009

A Consciência deve ter Pesado, ou o Peso de um Falso Testemunho deve ter Influenciado.

Reportagem muito boa e "educativa", sobre a última reportagem que o Fantástico exibiu no último domingo, dia 26/04/09, sobre o MST e o conflito na fazenda de Daniel Dantas. Esta reportagem é de Max Costa que é jornalista em Belém e afiliado ao PSOL. Ela foi publicado no site do Brasil de Fato: http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/reporter-da-tv-globo-desmente-versao-de-carcere-privado



"Vitor Haor, repórter da TV Liberal - afiliada da TV Globo -, depôs ao delegado de Polícia de Interior do Estado do Pará e negou que os profissionais do jornalismo tenham sido usados como "escudo humano" pelos Sem Terra, bem como desmentiu a versão - propagada pela TV Liberal, afiliada da TV Globo e outras emissoras - de que teriam ficado em cárcere privado, durante conflito na fazenda Santa Bárbara, em Xinguara.
Está de parabéns o repórter - um trabalhador que foi obrigado a cumprir uma pauta recomendada, mas que não aceitou mais compactuar com essa farsa. Talvez tenha lhe voltado a mente o horror presenciado pela repórter Marisa Romão, que em 1996 foi testemunha ocular do Massacre de Eldorado dos Carajás e não aceitou participar da farsa montada pelos latifundiários e por Almir Gabriel, vivendo desde então sob ameaças de morte.
A consciência deve ter pesado, ou o peso de um falso testemunho deva ter influenciado. O certo é que Haor não aceitou participar até o fim de uma pauta encomendada, tal quais os milhares de crimes que são encomendados no interior do Pará. Uma pauta que mostra a pistolagem eletrônica praticada por alguns veículos de comunicação e que temos o dever de denunciar.
Desde o início, a história estava mal contada. Um novo conflito agrário no interior do Pará, em que profissionais do jornalismo teriam sido usados como escudo humano pelo MST e mantidos em cárcere privado pelo movimento, em uma propriedade rural, cujo dono dificilmente tinha seu nome revelado. Quem conhecia e acompanhava um pouco da história desse conflito sabia que isso se tratava de uma farsa. A população, por sua vez, apesar de aceitar a criminalização do MST pela mídia e criticar a ação do movimento, via que a história estava mal contada.
As perguntas principais eram: como o cinegrafista, utilizado como "escudo humano" - considero aqui a expressão em seu real sentido e significados -, teria conseguido filmar todas as imagens? Como aconteceu essa troca de tiros, se as imagens mostravam apenas os "capangas" de Daniel Dantas atirando? Como as equipes de reportagem tiveram acesso à fazenda se a via principal estava bloqueada pelo MST? Por que o nome de Daniel Dantas dificilmente era citado como dono da fazenda e por que as matérias não faziam uma associação entre o proprietário da fazenda e suas rapinagens?
Para completar, o que não explicavam e escondiam da população: as equipes de reportagem foram para a fazenda a convite dos proprietários e com alguns custos bancados - inclusive tendo sido transportados em uma aeronave de Daniel Dantas - como se fossem fazer aquelas típicas matérias recomendadas, tão comum em revistas de turismo, decoração, moda e Cia (isso sem falar na Veja e congêneres).
Além disso, por que a mídia considerava cárcere privado, o bloqueio de uma via? E por que o bloqueio dessa via não foi impedimento para a entrada dos jornalistas e agora teria passado a ser para a saída dos mesmos? Quer dizer então que, quando bloqueamos uma via em protesto, estamos colocando em cárcere privado, os milhares de transeuntes que teriam que passar pela mesma e que ficam horas nos engarrafamentos que causamos com nossos legítimos protestos?
Pois bem, as dúvidas eram muitas. Não apenas para quem tem contato com a militância social, mas para a população em geral, que embora alguns concordassem nas críticas da mídia ao MST, viam que a história estava mal contada. Agora, porém, essa história mal contada começa a ruir e a farsa começa a aparecer."
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Abraços a tod@s!!!

Refletindo um pouquinho sobre a realidade atual...

Vendo a atual situação mundial, não tem como não se falar em crise... E tentando compreender um pouquinho como se estruturou esta crise e como combatê-la, vou tentar compartilhar alguns debates e reflexões que contribuem para entender o que está acontecendo...

"Alguns Aspectos Fundamentais para o Debate sobre a Crise:

. Nossa geração está vivendo um período histórico que representa a mais grave crise vivida pelo modelo capitalista da história. Tivemos uma grande crise no final do século 19, que resultou na Comuna de Paris, guerras na Europa e um movimento de independência das colônias na periferia do sistema. Depois tivemos a grave crise de 1929 a 1945, que resultou na Segunda Guerra Mundial, na adoção do nazi-fascismo pelos capitalistas para enganar as massas, mas também resultaram em muitas revoluções sociais, em todo o mundo; algumas derrotadas e outras vitoriosas. E agora vivemos a terceira maior crise do modo de produção capitalista, sendo então um período muito especial e grave, podendo surgir disto um capitalismo renovado, mas ainda explorador e excludente, ou vai resultar num longo período de ajustes em que a humanidade possa dar saltos de organização e superar as perversidades capitalistas.

. A natureza desta crise não é apenas do modo capitalista de organizar a produção, como em outros casos, mas ela está afetando os recursos naturais, o meio ambiente, com alterações climáticas graves. Afeta as condições de vida de bilhões de pessoas que hoje vivem sobretudo nas grandes cidades, e portanto tem um componente social ainda maior. É uma crise política, que desmoralizou os organismos internacionais em vigor, como a ONU, OMC, G-8 etc. E é uma crise que, segundo alguns analistas, afeta os próprios paradigmas fundantes do capitalismo, relacionados com a forma de gerar falsas necessidades humanas, falsos valores de convivência (agora fundados no egoísmo, individualismo e consumismo desnecessário).

. Só haverá saída, com consciência, organização do povo e muita luta social. A gravidade e profundidade da crise vai nos exigir muitas energias para podermos levar o debate para o povo. Estimular a organização e a consciência social e, sobretudo, estimular a luta social para defender os direitos sociais e impedir que a crise se abata sobre os trabalhadores. Daí a necessidade de realizarmos um verdadeiro mutirão de debate, em todas as bases sociais organizadas, de todas as formas, para que possamos estimular o povo a lutar, defender seus direitos e superar essas pervesidades. Será um longa 'jornada' que certamente necessitará de anos de muita mobilização e lutas sociais. E somente a luta social poderá alterar a correlação de forças na sociedade e provocar um novo contexto histórico, que permite às classes trabalhadoras avançarem. E, se não fizermos isso, teremos como pena o ônus de toda a crise que o capital nos jogará."



Abraços a tod@s!!!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Movimentação Estudantil pra movimentar a vida....



Este foi um Ato Público que cerca de 300 estudantes de agronomia de todo país reunidos no 49º Congresso Nacional dos Estudantes de Agronomia (CONEA) em Cuiabá/MT no ano de 2006 realizaram nas ruas da capital Mato-Grossence... Dá até uma certa nostalgia, pois foi meu primeiro contato com o Movimento Estudantil e, então, com a FEAB (Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil)...
Posso dizer que depois deste congresso, muito coisa em minha vida mudou... Muita mesmo, e ainda bem que pra melhor....

Abraços a tod@s!!!

22 de abril, Dia do Planeta Terra ...! ...?

"No dia 22 de abril comemora-se o dia do Planeta Terra, iniciativa que pretende despertar a consciência na população de todo o mundo sobre maneiras de colaborar na preservação do meio ambiente através de simples medidas cotidianas." (Site do Yahoo! Brasil, http://br.noticias.yahoo.com/s/20042009/48/saude-no-dia-22-abril-comemora.html)

Pensando em nossas ações dia-a-dia, dá pra ver o quanto temos feito para ajudar nosso planeta a não extinguir-se, ou melhor dizendo, não nos expulsarmos dele como um corpo doente elimina sua doença. Fazemos um minuto de silêncio em um grande show no Rio por um mundo melhor, apagamos as luzes por uma hora pra mostrar como me preocupo com as causas ambientais ou me emociono vendo o quanto o povo na África passa dificuldades através do Fantástico domingo a noite. Mas e ai... Não desmerecendo pequenas atitudes cotidianas, que por sinal ajudam muito a amenizar os problemas da nossa "nave mãe", mas será que somente elas são suficiente???

Do que vale, por exemplo, somente não utilizar copos plásticos se por um lado não fazemos nada contra o desmatamento para a implantação de monoculturas de soja ou eucalipto, ou se me emociono e sensibilizo ao ver a situação de nossos irmãos africanos sendo que não faço nada para mudar este modelo, também chamado de "sistema", que torna interessante mantê-los naquela situação para algumas poucas pessoas/empresas continuarem a ganhar seus lucros pela utilização de mão de obra barata ou até escrava.... Atitudes pequenas ajudam, mas não resolvem a situação no nosso planeta. Realmente é duro ouvir isto, mas é fato. Somente ações coletivaspodem reverter este quadro que é posto para nós... Devemos sim não jogar o papel de bala no chão ou na janela do carro, mas também devemos lutar contra a implantação da monocultura das pastagens na amazônia que derrubam nossas florestas tropicais...

As vezes reflito se não é cômodo ou até mesmo estratégico para o(s) grupo(s) dominante(s) que pensamos assim mais no foco individual, não do coletivo, isto porque se formos realmente fazer uma ação em pró a nossa Terra iremos é mudar todo modo de produção de bens primários (alimentos, celulose, minério...), relações entre nós seres humanos (quebrando isto da competitividade e hierarquia) baseando então no respeito ao próximo e respeitaremos a biodiversidade nos entendendo como animais componentes desta, nem melhores e nem piores, mas iguais!!!

Espero que o Dia do Planeta não seja somente neste dia 22 de abril, mas todos os dias, para o nosso próprio bem!!!


Abraços a tod@s!!!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Assembléia Popular em São João "del Pueblo"

Em tempos de crise foi colocado para nós, povo brasileiro, pela ministra Dilma Russeff, que todos nós devemos fazer nossa parte para superar este momento difícil. Todos nós devemos compartilhar as dificuldades impostas por esta situação e devemos compartilhar das dívidas que ocorrerão, além das demissões e outros fatos... Mas afinal, nós que instauramos esta crise no modelo capitalista? Antes dela se estabelecer de fato, também tínhamos os lucros dos empresários divididos conosco? E porque somente os trabalhadores que estão pagando, pois estão sendo demitidos e tendo seus salários reduzidos em pró a continuidade dos lucros das transnacionais? E ainda neste cenário, são investido em bancos, nacionais ou não, para eles não quebrarem e continuarem com seus lucros, além de concretizar que nossas riquezas continuem a ser entregue: nossas terras, água, sementes...
Frente a esta situação, o povo se organiza e discute propostas concretas para enfrentar esta crise e a realidade que tende a se agravar com esta crise internacional, os problemas ambientais. A "Assembléia Popular" vem desta necessidade de compreender, questionar e enfrentar estas condições. É preciso construir um caminho que nos conduza a transformações profundas, estruturais da sociedade. Mudanças que nos levem a novas relações entre as pessoas e destas com a natureza. É preciso construir um Projeto Popular para o Brasil.
Este caminho está sendo construído em conjunto com os estudantes, sindicalistas, atingidos por barragens, indígenas, trabalhadores autônomos e sem terra que estão reunidos entre os dias 18 a 21 de abril na Universidade Federal de São João/MG, debatendo e propondo de acordo com esta situação, focando na temática "Desvelando Conflitos Ambientais". Este espaço de organização, troca de saberes e de luta não é restrito somente a estas datas, é um espaço vivo e dinâmico que vai desde a sua contrução e se extende a continuidade por aqueles que contribuiram e participaram...
Nós, povo brasileiro, enquanto grande maioria que somos, trabalhadores, devemos e temos que nos organizar e construir uma nova perspectiva ao modelo capitalista, construindo um sistema que realmente atenda as nossas necessidades e não mais somente de uma minoria que detem o poder!!!
"Que os ricos paguem pela crise!!!"
"Juventude que ousa lutar, constroe o poder popular"


Abraços a tod@s!!!

Pra começar, que seja bem....


Perguntas de um Operário que Lê. (Bertolt Brecht)

"Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilônia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas"


Bom, primeria postagem não tinha que ser diferente, com Bertold Brecht... Se é pra começar que seja bem, então não tinha com ser diferente, tinha que ser com um poeta amante de política e revoltado com as injustiças sociais...

Abraços a tod@s!!!